10 setembro 2006

Cúmplices

"A noite vem às vezes tão perdida
e quase nada parece bater certo
há qualquer coisa em nós inquieta e ferida
e tudo que era fundo fica perto

Nem sempre o chão da alma é seguro
nem sempre o tempo cura qualquer dor
e o sabor a fim de mar que vem do escuro
é tantas vezes o que resta do calor
se fosse a tua pele
se tu fosses o meu caminho
se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho...

Trocámos as palavras mais escondidas
e só a noite arranca sem doer
seremos cúmplices o resto da vida
ou talvez só até amanhecer

Fica tão fácil entregar a alma
a quem nos traga um sopro do deserto
olhar onde a distância nunca acaba
esperando o que vier de peito aberto

Se fosse a tua pele
se tu fosses o meu caminho
se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho..."

1 comentário:

J. disse...

seja o resto da vida, seja até amanhacer, o importante é que haja noites sem doer e partilhas cumplices... :)